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domingo, 30 de maio de 2010

Há um pássaro




Há um pássaro no mais alto galho da mais alta árvore, essa árvore é a mais sagrada dos reinos, ela é a origem de tudo e somente esse pássaro é capaz de entrar em contato físico com ela. Durante toda a sua vida esse pássaro quis estar ali, até porque estar ali é uma dádiva dada somente a ele, mas de repente ele sente uma enorme vontade de bater as asas e ir para algum lugar, mas ele ainda não sabe para onde deve ir, ele não tem uma bússola, nem ao menos sabe o que isso. Todos os ventos sopram para ele ir para várias direções, mas não consegui decidir para qual direção ir, ao final de tudo ele permaneci ali, mas não por não saber onde ir e sim com medo do que irá encontrar na direção que ele seguir.

Andreza Pires


P.S: Não sei bem o que quer dizer isso tudo, só sei que nada sei e de mim esse misterio saiu, resta saber se vocês me ajudam a descobrir.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Agi sempre para dentro... Nunca toquei na vida...


Vale a pena essa leitura:



Agi sempre para dentro... Nunca toquei na vida... Sempre que esboçava um gesto, acabava-o em sonho, heroicamente... Uma espada pesa mais que a ideia de uma espada... Comandei grandes exércitos — venci grandes batalhas, gozei grandes derrotas — tudo dentro de mim...

Gostava de passear sozinho pelas alamedas e pelos grandes corredores e de comandar as árvores e desafiar os retratos das paredes... No grande corredor sombrio que há ao fundo do palácio passeei com a minha noiva muitas vezes... Eu nunca tive noiva real... Nunca soube como se amava... Apenas soube como se sonhava amar... Se eu gostava de usar anéis de dama nos meus dedos é que às vezes queria julgar que as minhas mãos eram de princesa e que eu era, pelo menos no gesto das minhas mãos, aquela que eu amava...

Um dia foram-me encontrar vestido de rainha... Eu estava sonhando que eu era a minha esposa régia... Gostava de ver a minha face reflectida porque podia sonhar que era a face de outra criatura — porque era de formas femininas, que era de minha amada que era a minha face reflectida... Quantas vezes a minha boca, tocou na minha boca nesse espelho!... Quantas vezes apertei uma das mãos com a outra, quantas adorei meus cabelos com a minha mão alheada para que parecesse dela ao tocar-me. Não sou eu que te estou dizendo isto... É o resto de mim que está falando.

s.d.

Livro do Desassossego. Vol.I. Fernando Pessoa. (Organização e fixação de inéditos de Teresa Sobral Cunha.) Coimbra: Presença, 1990. - 76.

"Fase decadentista", segundo António Quadros (org.) in Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, Vol I. Fernando Pessoa. Mem Martins: Europa-América, 1986.

domingo, 23 de maio de 2010

Observar




Observar é uma arte, desde uma pequenina pedra no chão até uma pessoa, todo tipo de observação é um encanto, é um a espera, muitas vezes silenciosa, por algo que te responda a alguma coisa. Mas realmente nos dias de hoje em que tudo é muito corrido, onde o tempo não se dá tempo, é possível se dar o luxo de observar as coisas? Penso que sim, afinal de contas, observo tudo a todo tempo, e amo fazer isso. Observo cada detalhe das paisagens da viagem para o colégio, uma parede torta, um gesto, uma voz, tudo, realmente tudo, e através dessas observações tenho meus devaneios e minhas fugas reflexivas, que modesta parte, são ótimas. Mas o que mais gosto de observar são as pessoas, chega a ser quase um vicio, fico esperando para ver como a pessoa reagi as coisas, imagino o que está pensando, como ela se vê, o sentido dela ter se vestido daquela forma, o por que dela estar ali, são tantas coisas... é meio difícil de dizer, só que é muitoo bom. Se você quiser experimentar essa sensação, basta observar, tente, não doí, a única coisa que pode acontecer é a pessoa querer saber o que você tanto olha.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um toque de alma


"A música quando é música transcende o ouvir e inunda a alma" Essa foi uma máxima que cheguei numa conversa que tive. Pois bem és ai um mistério, a música. Ela uni pessoas de diferentes tipos, nos faz chorar, rir e dançar, muitas vezes, involuntariamente. Não sei se é uma lógica matemática cerebral que a música tem que mexe com o nosso cérebro ou se é algo além do físico.
Mas é inegável a sua força sobre nós, cada pessoa tem uma música que toca mais fundo, que mexe com tudo e trás a tona lembranças quase esquecidas no breu da memoria."

terça-feira, 4 de maio de 2010

Teste

Fiz o teste: que livro você é?
Muito bom mesmo esse teste, se vocês quiserem fazer basta clique aqui !
Eu vi esse teste no blog A moça do sonho, fiquei tentada em fazer, e olhem o meu resultada:

Clarice Lispector

Foto: Divulgação


"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.

domingo, 2 de maio de 2010

Obstáculos


A vida é um prisma, pois a cada momento que vivemos nela, vemos uma mesma coisa de forma diferente, e assim algumas coisas que construimos como solidas e imutáveis, acabam mudando, então percebemos que é preciso ver além do simples ver, escutar mais, deixar de tirar conclusões precipitadas, deixar de assumir somente um ponto de vista.
E foi dessa maneira que cheguei a uma conclusão, se não nos colocarmos no lugar do outro no momento em que entramos em contato com esse alguém e nos privarmos disso, estaremos fazendo se solidificar a frase: "Você constroi muralhas em vez de pontes", que não concordo, pois penso que as pontes já vêm contruídas, nós é que não temos coragem para atravessa-las, por que achamos mais fácil por a culpa de não atravessar na ausência da ponte e não em nós.